15/03/2009

Cidadania Italiana, 2a. Etapa – começando na Itália – Permesso di Soggiorno!

Gente, quando estava enfrentando o Consulado Italiano em Belo Horizonte e São Paulo, eu achava que a burocracia deles era em função da falta de funcionários, prioridade pros brasileiros, ou qualquer coisa assim. Mas não é só no Brasil que há lentidão e a falta de informação.

Em geral os processos na Itália são muito organizados e rápidos, quando são frequentes ou seja, coisas do dia a dia deles. Mas quando é uma coisa incomum, eles ficam engessados; não tem este jeitinho que o brasileiro tem. Por um lado é bom, mas com processos diferentes como o da cidadania juris sanguinis a coisa dá uma travada.

Por exemplo, existe uma confusão de informações entre as repartições públicas que é uma coisa de louco. Para um estrangeiro entrar na Itália precisa do visto, se for brasileiro pode vir a turismo por 90 dias sem visto. É o meu caso. Mas quando chega aqui deve (no caso de visto de trabalho e estudo) ou pode (no caso da cidadania italiana), solicitar um documento chamado Permesso de Soggiorno, algo como permissão de permanência. Esta foi a primeira providência que se recomenda tomar no caso da cidadania (está em todos os blogs, fóruns, comunidades do orkut, etc.).

Pois bem, fomos eu e minha mãe a Comune, espécie de prefeitura e cartório ao mesmo tempo, e confirmamos que precisava do permesso e de uma residência na cidade. Sem isso não se entrega uma certidão. Em algumas imobiliárias que tinha ido no fim de semana, também me haviam pedido o permesso, para fazer algum contrato de aluguel. No dia seguinte, andamos a Questura, delegacia daqui, a fim de requisitar o famoso documento. Depois de 2 horas, descobrimos que não era lá, que agora se faz a requisição do permesso nos correios. Descobrimos também que a minha mãe devia ter feito logo quando chegou na Itália. Morremos de medo achando que o policial ia tomar alguma providência em relação a presença dela aqui, mas ele foi gente fina.

Depois de enfrentar mais filas nos correios, pegamos um tal de Kit Gialo, ou kit amarelo. Um calhamaço de umas 20 folhas de formulário para preencher, bem explicado, mas em italiano, claro. Parênteses (quem não fala o básico da língua não se atreva em uma destas). Formulários preenchidos, na hora de entregar, descobrimos que o xerox do passaporte não deveria ser só daquela parte principal, mas de todas as folhas! Agora só no dia seguinte, porque só funciona de manhã o atendimento ao público. E a maioria fecha por duas horas no mínimo, na hora do almoço. O pior foi que não deixaram eu entregar minha solicitação do permesso, alegando que como turista eu não preciso.

Ou seja, para entrar com a cidadania e ter permissão para ficar aqui eu preciso do permesso, mas não posso fazer porque sou turista? Não posso alugar sem o permesso, mas só tenho o permesso depois que tiver a cidadania. Calma não se apavorem, Jesus me abençoou demais para não me desesperar. E a novela continua. Voltamos então a Questura, que confirmou que a informação da funcionária do correio está certa. E que na Comune não deveriam me exigir o permesso. Voltamos a Comune e depois de falar com o chefe do setor, eles vão aceitar, desde que tenha a residência.

Ufa! Então é só achar um apartamento e convencer a imobiliaria e o proprietário a fazerem um contrato, para quem só pode ficar mais 70 dias na Itália. Você faria se estivesse alugando o seu imóvel?

Comecei a bater perna por toda a cidade, para encontrar o apartamento que eu possa pagar, mas que tenha um mínimo de conforto. Como falei no post “Falando um pouco sobre a cidade de Pisa”, como é uma cidade universitária e turística, é impressionante a quantidade de imobiliárias. O mercado de imóveis aqui é muito grande, porque tem muito giro.

Fácil né. Só Jesus mesmo. Estas primeiras semanas não foram fáceis.

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